SANTIAGO, 13 de mar de 2019 às 17:30
A matrícula de um aluno transexual em uma escola tradicional de meninas em Santiago “já é a entrada em vigor da lei de identidade de gênero”, aprovada recentemente no Chile, mas que ainda não está em vigor, advertiu a organização civil Pais Objetores do Chile (Padres Objetores de Chile), acrescentando que a aceitação deste aluno é um verdadeiro complô contra a família.
Trata-se de um jovem menor de idade que faz três anos começou sua "transição" para ser mulher. Por razões de discriminação, abandonou sua antiga escola, que era apenas para homens, para apelar por uma matrícula no Liceo 1 Javiera Carrera, exclusivamente para mulheres.
Este ano, o jovem ingressou no colégio feminino, amparado pela Lei Antidiscriminação e pela Lei de Identidade de Gênero, um fato considerado como vitória pela comunidade transexual do Chile.
Diante desta situação, o presidente de Pais Objetores, Francisco Fritis, assinalou que "hoje ninguém quer ser ou parecer cometendo um ato de discriminação arbitrária, impõe-se o politicamente correto, que é uma forma elegante de privilegiar a minoria".
Francisco Fritis explicou ao Grupo ACI que, neste caso, "é imposta uma visão ideológica da sociedade, a qual deve ser desconstruída para levantar outra onde margens e papéis sociais devem ser derrubados. Isto é o que subjaz na matrícula deste jovem transexual no colégio das meninas, isso é um verdadeiro complô".
Fritis foi crítico com as autoridades governamentais e suas tentativas de agilizar a aplicação da Lei de Identidade de Gênero, promulgada em 2015 e que ainda não entrou em vigor, além de sua “movimentação suja” ao convidar para debater as organizações civis “para dar certo verniz de participação democrática".
Para o presidente de Pais Objetores, este fato marca um "precedente" e alertou que, com a entrada em vigor da Lei de Identidade de Gênero, "veremos que muitos casos serão apresentados".
"Como ONG Pais Objetores, preocupa-nos que busquem modificar as idades que a lei contempla sob argumentos de inclusão e tolerância", expressou Fritis.
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Do mesmo modo, disse, a lei contempla "programas de acompanhamento profissional” a crianças “cuja identidade de gênero não coincida com seu sexo e nome de registro", os quais receberão “ferramentas que permitam seu desenvolvimento integral, de acordo com sua identidade de gênero".
Com isso, assinalou, a "identidade de gênero foi despatologizada" e "fica claro que no acompanhamento dos pais ao seu filho, não podem nem poderão tentar fazer com que seu filho mude de opinião. Os pais deverão se calar e não aconselhar”.
Em conclusão, Fritis assegurou que este e outros casos são "uma verdadeira onda para desconstruir nossa sociedade, é a reengenharia social aplicada. Esta corrente obedece a uma visão ideológica que vem de organismos internacionais como ONU, PNUD, UNESCO, aos quais os governos obedecem".
“A agenda não para e é ampla – advertiu Fritis – e a ideologia de gênero é um verdadeiro tecido composto por muitas vertentes: aborto, identidade de gênero, adoção de crianças por casais homossexuais, barriga de aluguel, eutanásia, etc.", concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) 20 de fevereiro de 2019